Tino Marcos deixa Globo depois de 35 anos de emissora

Foto: Reprodução

Na Globo desde 1986, o jornalista Tino Marcos decidiu deixar a emissora. Foram seis Jogos Olímpicos, oito Copas do Mundo, 30 anos cobrindo a Seleção Brasileira, viagens pelo mundo todo e muitas histórias contadas. Ele deixará a TV no final de fevereiro para se dedicar mais à família. Seu último trabalho na para o Jornal Nacional é uma reportagem especial que vai ao ar em junho.

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Pelas redes sociais, Tino agradeceu à Globo e aos fãs e colegas pelo carinho. “A gente viveu juntos experiências que eu nem de longe imaginava. A Globo é a minha história, minha casa por quase 35 anos. Se alguém buscar no arquivo uma matéria do velho repórter, de qualquer época, vai encontrar sempre a expressão de um cara feliz fazendo aquilo. Portanto, valeu demais!”

O narrador Galvão Bueno festejou a parceria que teve com Tino, na Globo, e a amizade deles fora dela. “Tenho muito orgulho de nossa marcante parceria nesses mais de 30 anos! Como diz Milton Nascimento: ‘Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito’. Um beijo no coração e que Deus o abençoe sempre”, conclui Galvão.

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Comunicado interno

Em comunicado enviado à equipe, o Diretor de Conteúdo de Esportes da Globo, Renato Ribeiro agradeceu ao jornalista pelos anos de serviços prestados. “Tino é até hoje referência”.

“Amigas e amigos,

Em julho de 2019, Tino Marcos nos procurou pedindo uma mudança. Queria deixar a cobertura da Seleção Brasileira e o dia-a-dia em geral para se dedicar a projetos especiais. Era o primeiro passo de uma ideia maior: de, aos poucos, se despedir da reportagem.

Na semana passada, Tino nos procurou novamente pra dizer que esse dia chegou. É raro alguém ter a sabedoria, a coragem e a serenidade de decidir parar no auge. Tino quer curtir a vida e ficar perto da família depois de tantos domingos trabalhados, de tantas longas viagens, de tanto tempo afastado de casa. Sem exagero algum, Tino Marcos deixar a reportagem é como Pelé se despedir dos campos.

Tino entrou na Globo em maio de 1986 e foi um dos responsáveis pela criação de um jeito único e bem brasileiro de se contar histórias esportivas na TV. Um gênio do audiovisual, da decupagem frame a frame, da pergunta exata, do texto perfeitamente casado com a imagem. Um estilo que influenciou gerações. Tino é até hoje referência.

As reportagens dele se confundem com a história do esporte brasileiros nos últimos 35 anos. Pra se ter uma ideia do peso de Tino Marcos, no início da carreira – ainda no Cruzeiro – o sonho do Ronaldo era ser entrevistado por ele num jogo do Brasil. Há a história de um aniversário do Fenômeno em Bento Ribeiro em que a maior atração da festa foi o Tino. Ronaldo teve que pedir pra todos “deixarem o Tino em paz pra ele trabalhar.” O microfone do Tino marcou a carreira inteira do Fenômeno e de muitos outros craques. Foi o repórter do tetra e do penta.

Soube se reinventar, mudando a linguagem das reportagens ao longo do tempo. Generoso, ajudou na carreira de inúmeros repórteres (me incluo nessa longa lista). Foi inspiração de muita gente. Qual repórter não foi chamado de Tino nas ruas? Virou sinônimo do ofício.

Tino continuará conosco ainda no mês de fevereiro para finalizar os episódios de uma série olímpica para o JN, que irá ao ar em julho. Será seu último presente para todos como repórter. Mas as portas da Globo sempre estarão abertas para qualquer tipo de parceria com o Tino no futuro.Em nome da Globo e de todos os colegas só tenho a agradecer, Tino, por tudo o que fez nesses anos. Por ter sido quem foi. Pela herança que deixa.

-Galvão!
-Diga, Tino!
-Sentiu.

Sentiremos todos, Tino.
Seja feliz com Virginia, Pilar e Laura.
Sinta-se abraçado por todos os seus colegas e fãs,

Renato.”

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