Opinião: ‘Não dá pra criticar a Copa América, mas lucrar com as Eliminatórias’

Lucas Figueiredo/CBF

A Conmebol, a CBF e o Governo de Jair Bolsonaro anunciaram nesta segunda-feira (31/05) que o Brasil será sede da Copa América 2021. A competição foi rejeitada pela Colômbia e também pela Argentina. Mas a novidade gerou críticas de jornalistas esportivos de diversos veículos. O comentário que mais chamou atenção foi do jornalista e narrador Luís Roberto, da TV Globo.

Durante participação no “Seleção SporTV”, Luís fez duras críticas, principalmente, ao Governo Federal por responder à Conmebol com rapidez, mas que demorou meses para retornar e-mails da Pfizer sobre a compra de vacinas que, certamente, salvariam milhões de vidas.

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“Além de desfalcar os times, amontoar o calendário, um mês de Copa América – já seria ridículo a realização dela em condições normais; aí vem a desistência de vários países ‘irmãos’ que não têm condições, por conta da pandemia, de realizar a Copa América. Em um país que levou 9 meses para responder a carta da Pfizer, respondeu em 10 minutos: ‘vamos fazer a Copa América’ […] final com público. É inaceitável! É um tapa na cara dos brasileiros”, disse Luís Roberto.

Pois bem. Concordo plenamente com as críticas de Luís Roberto contra a realização de uma competição internacional em nosso país em um momento tão delicado, com novas variantes do vírus circulando por aí. E pior: com jogos definidos em diferentes estados e, pasmem, uma final com público. Como foi na Libertadores.

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No vôlei, por exemplo, a Liga das Nações (VNL, na sigla em inglês) sediada em Rimini, na Itália, acontece em apenas dois ginásios da cidade, que foi selecionada através de licitação aberta, que entre outras coisas, avaliou a possibilidade de realizar um evento seguro e protegido. Outros seis países manifestaram interesse em sediar o torneio, segundo a FIVB. (Fonte: Lance!)

Mas se o grande problema é sediar uma competição com presença de atletas vindos de diferentes países por questões sanitárias, por qual motivo algumas partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 serão disputadas aqui no Brasil sem qualquer crítica?

No Globoesporte.com, do Grupo Globo, encontrei a tabela das Eliminatórias. Na primeira rodada, o Brasil enfrentou a Bolívia no dia 09/10/2020, na Neo Química Arena, São Paulo. Quatro dias depois (13/10/2020) foi contra a seleção peruana, na segunda rodada, em Nacional de Lima, Peru.

A terceira rodada aconteceu um mês depois, 13/11/2020. Brasil e Venezuela se enfrentaram no Morumbi, SP. Dia 17/11/2020, Brasil X Uruguai, no Estádio Centenário, no país da Seleção rival.

O mesmo esquema seguirá nas próximas rodadas:
3/6 – (exibição: SporTV)
17h – Bolívia x Venezuela
19h – Uruguai x Paraguai
21h – Argentina x Chile
23h – Peru x Colômbia

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4/6 – Sexta-feira (exibição: TV Globo e SporTV)
21h30 – Brasil x Equador – Estádio: Beira-Rio, no Rio Grande do Sul

8/6 – Terça-feira (exibição: SporTV)
18h – Equador x Peru
19h30 – Venezuela x Uruguai
20h – Colômbia x Argentina
21h30 – Paraguai x Brasil – Estádio: Defensores del Chaco, no Paraguai
(TV Globo também exibe)
22h30 – Chile x Bolívia

Se usarmos como base os jogos da Seleção brasileira nas próximas duas rodadas, teremos uma diferença de apenas 2 dias entre uma partida e outra, sendo uma no Rio Grande do Sul e outra no Paraguai. Usando a Seleção paraguaia como base, serão os mesmos 2 dias entre as partidas, sendo uma no Brasil e outra no Uruguai.

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Ou seja: 3 Seleções, 3 países diferentes em apenas 2 dias. E ainda assim não há crítica? O problema é realmente sanitário ou dá pra criticar a Copa América apenas pelo fato dos direitos de transmissão serem do concorrente, o SBT? Se os direitos fossem da Globo, haveriam críticas?

Até a publicação deste artigo, a TV Globo ainda não se manifestou sobre o assunto.

Opinião de Kaic França.

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